segunda-feira, 7 de março de 2011

Homenagem aos Relatos da Vida

Sabe quando percebemos que somos adultos? Quando nos deparamos com os dissabores da vida, quando percebemos que nossos pais têm fragilidades, quando damos conta de que o sol não nasce para todos. Tal processo independe de idade, credo ou classe social, um dia, cedo ou tarde, você se vê diante dele. Comigo não foi diferente. Confesso que, por muito tempo, achei que já fazia parte dessa realidade, afinal, universitário, saboreando as diversas sensações de uma realidade mais liberal, conversava com mestres, doutores, falava em um mundo ideal com soluções pontuais. Depois que a onda passou, que a poeira abaixou, me dei conta de que não era nada daquilo. Olhei para trás e vi que caminhei a passos largos, é verdade, mas muita coisa ficou para trás.

Recentemente, fiz uma caminhada, foi uma jornada quase profética. Resolvi remontar o quebra-cabeça da minha vida. Visitei lugares, revi pessoas, retirei pedras que haviam entrado no meu sapato outrora. Engraçado! Como é a vida. Como pode a vida dar oportunidade a uns e a outros não? Nessa caminhada descobri que muitos dos meus amigos tomaram o rumo diferente do meu. Uns um rumo melhor, outros um rumo pior e outros nem rumo tomaram.

Muitas pessoas se perguntam qual a importância dos esportes. Muito além da questão da saúde, para mim, a lições que o esporte carrega tem uma importância impar para o aprendizado. Determinação, superação e foco, são umas delas. São muitos os exemplos que posso citar aqui, como o caso do jogador de futebol Elano, do Santos, que era cortador de cana e se dividia entre as rotinas de treino e trabalho; do Oscar, jogador de basquete do Flamengo e da Seleção Brasileira, que passava horas após o treino arremessando bolas para se aperfeiçoar; do próprio Ronaldo, que teve duas gravíssimas contusões e que nunca, nunca desistiu do seu sonho e tornou-se três vezes o melhor do jogador de futebol do mundo.

Essas lições de vida me fizeram parar e pensar que, por mais que a vida não nos dê oportunidades, precisamos lutar para conseguir nosso espaço. Quantas vezes não damos oportunidades para nós mesmos? Quantas vezes não damos oportunidade ao amor? Quantas vezes reclamamos da vida e estamos de olhos fechados diante da oportunidade. Hoje eu encontrei resposta para uma pergunta que sempre me fazia. Por que se compra um Cézanne e não o Achille Emperaire? Por que se lê Machado de Assis e não Dom Casmurro? Por que se assiste um Ronaldo e não gols? O artista tem seu valor, sua história de vida, sua percepção de mundo, seus sucessos, seus exemplos e isso faz valorizar sua obra. Ainda pouco li retratos da vida, agora percebo que li Jean Leal


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